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Escola de Atenas, metáfora da vida intelectual

Atualizado: 23 de jan.

Obra prima de Rafael, esta é uma das maiores realizações do Renascimento

Escola de Atenas (1509-1510), de Rafael Sanzio (1483-1520). Fonte: Wikipedia Files


Uma imagem que reflete a vida intelectual individual

Encomenda do Papa Júlio II, esse afresco é um dos quatro que retratam os ramos do conhecimento na sala Stanza della Segnatura, no Vaticano.

 

Nessa obra há a perspectiva espacial típica da pintura renascentista. Os quatro arcos se sucedem criando a profundidade grandiosa da cena. Posicionam-se então os grandes nomes do pensamento, com Platão e Aristóteles ao centro.

A Rafael não interessava a representação histórica ou realista. Assim, ele criou uma fantasia. Na mesma cena estão os maiores matemáticos, filósofos e artistas desconsiderando a distância temporal ou espacial entre eles.

 

Rafael fez uma coleção pessoal de grandes nomes da Cultura e os pôs para conversar. Por isso, estão lado a lado Diógenes, Epicuro e Averróis, pensadores com diferença de séculos entre si.

Representação de Diógenes na Escola de Atenas, de Rafael.


Esse afresco se relacionada ao que ocorre quando temos uma vida intelectual: os pensadores com os quais entramos em contato convivem em nossas mentes.

Em outras palavras, somos potenciais “escolas de Atenas”.


Afinal, você pode "conversar" com as maiores mentes do universo estudando suas obras.


Todos podemos nos tornar "especialistas" nessa obra

 

Essa é uma daquelas imagens inescapáveis. Na atualidade, quando estamos tão cercados de informações visuais, dificilmente alguém não viu essa imagem.

Mais interessante, porém, é deter-se para apreciar os detalhes, identificar as personagens, perceber as referências, exercitar a fruição da obra.

 

Felizmente não é necessário, hoje, viajar até o Vaticano e frequentar corredores cheios de turistas para ficar uns poucos minutos em frente a esse afresco. Por sua importância, “A Escola de Atenas”, de Rafael, é uma obra com imenso volume de informações em livros e na internet. Aliás, há uma explicação bem completa dessa obra nesse site aqui.

 

Assim, a rigor, todos temos o potencial de nos tornarmos especialistas nessa obra, sem sair de casa. Isso é possível graças à internet.

 

É óbvio que o potencial de aprendizagem gerado pela internet é praticamente infinito. Graças a ela, podemos fazer os grandes nomes do pensamento conviverem conosco, lado a lado.

Mas você tem sabido usar todo esse potencial?


Dificuldades para desenvolver uma vida intelectual


No tempo de Rafael, desenvolver uma vida intelectual era algo que demandava muito esforço.

 

Hoje está tudo na palma da mão, literalmente.

 

Apesar disso, o cultivo da alta cultura continua a interessar pouca gente, afinal, ela sempre foi um “biscoito fino”, apreciado por paladares refinados.

 

Há, porém, quem queira (o que é provavelmente seu caso, senão não estaria aqui, né?). Mas aí enfrenta-se um problema diverso: o excesso de informação.

 

Sim, paradoxalmente, a variedade e disponibilidade de informação tornou a vida de quem quer estudar um bocado mais complicada.

 

Infelizmente, a escola não ensina como estudar. Por isso, para a maioria das pessoas que querem começar, o imenso volume de informação disponível gera ansiedade.

 

Surgem, assim, caminhos tortuosos, como listas de livros para o ano, o mês ou a semana. Cursos de leitura dinâmica, tabelinhas e cronogramas para ler tudo em pouco tempo...

 

O fato é que essas estratégias não funcionam. Quem quer desenvolver a própria cultura precisa recorrer aos passos tradicionais, que já provaram sua eficácia ao longo dos séculos.

 

Na era da velocidade, estudar ainda demanda tempo e vagar.

 

Como começar?


Em primeiro lugar, é preciso deixar de lado qualquer ansiedade, o que faria você correr e se afobar. Também é preciso deixar de lado a preguiça.


Comece fazendo um pouquinho por dia, todos os dias.


Quer começar agora? Pegue aquele livro que está te esperando há tempos. Leia por dez minutos, talvez quinze, se não der, leia apenas 5 minutos antes de dormir. Mas leia hoje!


Anote o que interessar. Se o exemplar é seu, anote nele mesmo, a lápis.

 

Mas o que anotar?

Sublinhe ou copie as melhores frases/ideias do autor. Ao ler um trecho que causa dúvidas coloque uma interrogação ou, melhor ainda, escreva exatamente a sua indagação. Pressione o autor a responder, localize outros pontos do livro em que ele trata do assunto.

 

Se puder fazer anotações num caderno, tanto melhor. Ao final terá material para escrever uma resenha crítica, além de produzir um fichamento que poderá ser consultado.

 

Claro que essa leitura ativa demanda mais tempo. Você não lerá dezenas de livros num ano, mas cada livro será lido com verdadeiro proveito.


Isso é um começo.

 

O objetivo do Bibliocanto

Foi pensando nas barreiras e estratégias para cultivar uma vida intelectual que criei o Bibliocanto (na verdade, essa prática me ajuda no meu compromisso de estudos, mas isso é conversa para outra hora).


De qualquer forma, a ideia é que o Bibliocanto seja um auxiliar no caminho do autodesenvolvimento cultural e pessoal.


Aqui você vai ter pequenas doses de informação, mais algumas dicas e referências para estudo futuro.


Aprender um pouco por dia, sem pressa, com método e calma, isso é o que torna qualquer pessoa intelectualmente mais ativa e independente.

 

Começamos aqui, mas nas próximas semanas farei uma seleção de técnicas e práticas, além de indicações de leitura relativas a maneiras de estudar.


Lembre-se: conhecimento bom é conhecimento compartilhado, se você conhece alguém que gosta desse tipo de conteúdo compartilhe o link.

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