SEUS FILHOS NÃO VÃO DOMINAR O PORTUGUÊS, SE CONFIAR APENAS NA ESCOLA

Em meio a um contexto educacional de evidente fracasso, há algo que os pais possam fazer para que seus filhos dominem de fato a leitura e a escrita?

O seu filho ou filha já está na escola e ainda não aprendeu a ler?

Se você é pai ou mãe de uma criança lá pelos seus 8 ou 9 anos que ainda balbucia palavras escritas e não consegue ler sozinha um livro infantil, é preciso ser honesto, já houve um estrago.

É preciso corrigir a situação com urgência, há como remediar, ainda.

As crianças têm grande capacidade de aprendizado nessa idade. Um pouco de disciplina, uso de material adequado e esforço, dos pais e da criança, pode consertar a situação.

A criança ainda está na educação infantil? Esse é o melhor momento para começar!

Maiores chances de sucesso têm as crianças com idade entre 3 e 4 anos. Elas podem ser alfabetizadas corretamente em casa pelos pais, antes da exposição a experiências pouco produtivas em sala de aula.

A partir de uma base sólida, há maiores chances de evitar problemas como dislexia adquirida ou atrasos na aprendizagem.

É justamente no momento de agir, porém, que os pais ficam inseguros e cheios de dúvidas: como alfabetizar ainda na pré-escola? Como eu, que não tenho formação, posso alfabetizar alguém?

Posso lhe adiantar, é mais fácil e simples do que você imagina.

Mas a escola tem que resolver isso!

Alguns pais vão dizer que a escola deve cuidar disso. Que afinal não é tão ruim assim e dá para reclamar.

Eles estão, ainda, esperançosos, são inocentes ou simplesmente desviam o olhar do problema. Talvez deem de ombros dizendo: “Fazer o quê? Estamos todos no mesmo barco!”

Há aqueles encantados com a propaganda e achando que a escola que escolheu para os filhos é excelente e lá não há esse problema.

Reforço, a escola de seu filho ou filha, por mais cara que seja, está aquém do esperado. Seria fácil se o problema fosse localizado, nessa ou naquela escola, ou apenas na pública e nunca na escola privada. Pena que isso não é verdade. O problema é global, é de conceito de ensino.

Talvez esse não seja seu caso, quem sabe você já tenha percebido que a coisa toda é feita para NÃO ensinar. Pode ser que você tenha notado algo estranho com os filhos dos outros ou ao tentar uma conversa mais séria lá na escola. Desconfiou, mas ainda não encontrou ninguém que confirmasse que a coisa está feia.

Não. Você não é a única pessoa do mundo a achar que há algo estranho no ar. Na verdade sua desconfiança tem fundamento.

Se você já percebeu que a coisa está muito estranha não se desespere

É normal ver pais vivendo a angústia de procurar por uma escola boa. Mesmo depois de visitarem dezenas, para eles nenhuma parece a ideal.

Se você também se vê nessa situação, talvez o melhor conselho seja começar a pensar em achar a “menos pior” e se organizar para complementar o ensino dos filhos em casa. No final das contas a educação de seus filhos é um problema e uma responsabilidade familiar, no atual contexto não dá para terceirizar.

Muitos pais já se desesperaram com esse tipo de problema, eu mesmo passei (e passo) por essa crise. Sou um profissional de educação com muitos anos de trabalho, vi como a coisa funciona (ou não funciona, como quiser).

O problema já era bem evidente para mim há duas décadas, mas ganhou contornos de tragédia pessoal quando chegou a hora de eu achar uma escola para meus filhos.

Sem boas opções, qual seria a alternativa?

Pública ou privada, não havia opções de escolas que garantissem a educação no padrão que eu imaginava. Estava quase me resignando, mas minha esposa não.

Ela pesquisou, estudou e iniciou o ensino de matemática e a alfabetização de nosso filho quando ele tinha 3 anos de idade. Era o começo da nossa história de alfabetização em casa. Mais tarde repetiríamos o processo com nossa filha.

Essa iniciativa foi nossa sorte. Por razões profissionais fomos para Portugal e nosso filho teve de iniciar a escola atrasado, em fins de setembro (na Europa o ano letivo começa na metade do ano). Para inicar na primeira série, ele teve de fazer um teste e foi aprovado, pois demonstrou estar alfabetizado.

Isso ocorreu porque ele já vinha sendo alfabetizado em casa, enquanto fazia a educação infantil no Brasil , onde o ensino das primeiras letras começa mais tarde.

Tivemos uma ótima experiência com a escola pública em Portugal. Ele não ficou atrasado, manteve-se numa turma da mesma faixa etária e teve a chance de uma educação de dar inveja à de escolas caras do Brasil. Então podemos dizer que foi uma história de sucesso.

Temores com o retorno ao Brasil

Com a base pronta, às vésperas de retornar ao Brasil, sentimos outros temores. A maior preocupação era com a evidente deficiência do currículo brasileiro em relação ao português.

Essa é uma questão que abrange todas as matérias, mas é mais óbvia em relação à matemática e à língua portuguesa. Isso nos fez planejar nova série de atividades para não permitir que, uma vez na escola brasileira, ele deixasse o ritmo de desenvolvimento que vinha tendo.

O maior temor, no entanto, ocorria em relação à nossa filha. De uma coisa tínhamos certeza, apesar de fazer apenas educação infantil em Portugal, ela entraria para a primeira série no Brasil estando já alfabetizada. Por isso, iniciamos a alfabetização dela ainda em Portugal.

Alfabetizar antes de ir para escola?

Sim. A idade para começar a alfabetizar inicia-se lá pelos 3 ou 4 anos. A aprendizagem é rápida e fácil, pois se baseia em sons e imagens e é o início de uma longa jornada. É preciso paciência, mas isso garante que a criança aprenda corretamente a ler e a escrever.

Talvez você repita aquela dúvida que vemos por aí: a criança não vai se entediar se já for para a escola sabendo ler e escrever?

Ora, a criança vai se entediar de qualquer forma na escola. Esse risco é, na verdade, menor em relação à possibilidade de ser alfabetizado de forma equivocada ou de desenvolver uma dislexia. As consequências de uma má alfabetização podem ser carregadas pelo resto da vida.

Existe material interessante por aí para ser utilizado na alfabetização em casa de nossas crianças. Não é algo muito complicado, não há necessidade de conhecimentos específicos. É preciso dedicar tempo, mas vale muito a pena.

Se quiser continuar essa conversa, talvez falar de algumas dicas de alfabetização em casa, escreva nos comentários.

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